Química Analítica e a Prática.

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A química analítica é uma ciência de medição que consiste em um conjunto de ideias e métodos poderosos que são úteis em todos os campos da ciência e medicina.

A análise qualitativa de uma substância tem por objetivo determinar a identidade dos constituintes presentes, ou seja, identificar os componentes de uma substância, mistura de substâncias ou soluções, e em que forma o elemento componente ou grupo de elementos estão combinados entre si.  A identificação de uma substância implica na sua transformação em um composto novo que possui propriedades características. Esta transformação chama-se reação química. Sabe-se que produziu uma reação:
 1. Por formação de um precipitado;
 2. Por desprendimento de gás;
 3. Por mudança de coloração;
 4. Por liberação ou absorção de calor (exotérmica/endotérmica).
A análise quantitativa indica a quantidade de cada substância presente em uma amostra.
Calculamos os resultados de uma análise quantitativa típica, a partir de duas medidas. Uma delas é a massa ou o volume de uma amostra que está sendo analisada. A outra é a medida de alguma grandeza que é proporcional à quantidade do analito - Os analitos são os componentes de uma amostra a ser determinados - presente na amostra, como massa, volume, intensidade de luz ou carga elétrica. Geralmente essa segunda medida completa a análise, e classificamos os métodos analíticos de acordo com a natureza dessa medida final.
·         Os métodos gravimétricos determinam a massa do analito ou de algum composto quimicamente a ele relacionado.
·         Em um método volumétrico, mede-se o volume da solução contendo reagente em quantidade suficiente para reagir com todo analito presente.
·         Os métodos eletroanalíticos envolvem a medida de alguma propriedade elétrica, como o potencial, corrente, resistência e quantidade de carga elétrica.
·         Os métodos espectroscópicos baseiam-se na medida da interação entre a radiação eletromagnética e os átomos ou as moléculas do analito, ou ainda a produção de radiação pelo analito.

Finalmente, um grupo de métodos variados inclui a medida de grandezas, como razão massa-carga de moléculas por espectrometria de massas, velocidade de decaimento radiativo, calor de reação, condutividade térmica de amostras, atividade óptica e índice de refração.

PRINCIPAIS MATERIAIS DE VIDRO USADOS EM ANÁLISE QUÍMICA

Os principais instrumentos de trabalho em laboratório de química analítica são: 

·         Béquer. De modo muito grosseiro efetua-se medidas com o copo de béquer, pois a sua medida é muito imprecisa (normalmente com precisão variante em 5% do mercado).

·         Erlenmeyer. Sua utilização é vasta, podendo ser usado para misturas e soluções, mas a sua utilização mais comum é para a titulação, processo que determina a quantidade de uma determinada substância em uma solução. A boca estreita do Erlenmeyer se torna uma vantagem quando o solvente é volátil, impedindo-o de evaporar.
·         Balão de fundo redondo é um recipiente de forma esférica, redondo no fundo, com uma embocadura (gargalo) na sua extremidade superior para enchimento e ligação a outras peças de equipamento laboratorial e com um tubo de saída lateral.
A sua aplicação restringe-se à destilação, processo de separação de constituintes de misturas líquidas ou eliminação de impurezas, onde serve de recipiente para o aquecimento energético – normalmente manta de aquecimento, bico de Bunsen ou banho – do fluído até este entrar em ebulição.

·         Balão de fundo chato destina-se a destilações químicas, seu uso é semelhante ao balão de fundo redondo, porém mais apropriado aos aquecimentos sob refluxo pois  pode ser apoiado sob superfícies planas.

·         Balão volumétrico é usado para preparar soluções de concentração rigorosa e para medir o volume de líquidos. Assim, como todo o material de medida exata, não se devem aquecer nem introduzir sólidos no seu interior.

·         Tubos de ensaio: um dos utensílios mais úteis em laboratório, usado para fazer reações em pequena escala.
                                          
·         Proveta: equipamento para medir e transferir volumes variáveis de líquidos (de 25 até 1000 mL).
                                           
·         Bureta: instrumento utilizado em titulações para medidas exatas de líquidos. A bureta é ideal para análises Volumétricas porque possui graduação em seu comprimento para facilitar a leitura de volume escoado.
                                            

·         Pipeta: utensílio para medir e transferir líquidos, o líquido entra por um orifício na extremidade inferior através da sucção. Graduada é utilizada para medir pequenos volumes. Mede volumes variáveis. Não pode ser aquecida. E a Volumétrica, usada para medir e transferir volume de líquidos. Não pode ser aquecida pois possui grande precisão de medida.
Pipeta Graduada           Pipeta Volumétrica


·         Funil de separação: Utilizado na separação de misturas heterogêneas de líquidos não miscíveis e na extração líquido/líquido. Há o funil de Haste Longa que é usado na filtração e para retenção de partículas sólidas. Não deve ser aquecido. E por último temos o funil Buchner, que é utilizado em filtrações a vácuo. Pode ser usado com a função de Filtro em conjunto com o  Kitassato.

 Funil de Separação  






                       Funil de Haste Longa                   



   Funil de Buchner 

                                                            
·         Condensador: Utilizado na destilação, tem como finalidade condensar vapores gerados pelo aquecimento de líquidos.
                                                     
·         Dessecador: Usado para guardar substâncias em atmosfera com baixo índice de umidade.
                                              
·         Vidro de Relógio: Peça de vidro de forma côncava é usada em análise e evaporações. Não pode ser aquecida diretamente.
                                           

ü  Balão de fundo redondo: Utilizado em sistemas de refluxo e evaporação a vácuo. O balão de fundo chato é utilizado como recipiente para conter líquidos ou soluções, ou mesmo, fazer reações com desprendimento de gases. Pode ser aquecido sobre o Tripé com Tela de Amianto. E o balão volumétrico possui volume definido e é utilizado para o preparo de soluções em laboratório. 


MANUTENÇÃO DO MATERIAL DE VIDRO
Todo material de vidro que vai ser utilizado em análise quantitativa e qualitativa deve estar rigorosamente limpo. Para isso, deve-se lavá-lo com água e detergente, enxaguá-lo várias vezes com água de torneira e, por último, com pequenas porções de água destilada (5 a 10 mL). Após isso, se for observada a presença de gordura (pequenas gotículas de água nas paredes) ou outro resíduo na inspeção visual, pode-se recorrer ao tratamento com mistura sulfocrômica ou potassa-alcoólica 10%. Esses materiais de limpeza são altamente corrosivos e devem ser manuseados com o máximo cuidado. Qualquer respingo deve ser abundantemente lavado com água. Materiais volumétricos não devem ser secados em estufa. A secagem da pipeta deve ser feita por sucção a vácuo (trompa d'água).
AFERIÇÃO DE MATERIAL VOLUMÉTRICO
A)    Aferição de balão volumétrico
Estando o balão limpo enxuga-se externamente com papel absorvente, deixa-se o mesmo de boca para baixo, sobre papel absorvente apoiado no suporte de funis. Após 24 horas ele deve estar seco. Tapa-se com a rolha e, sem tocá-lo diretamente com as mãos, coloca-se sobre o prato de uma balança semi-analítica. Anota-se a massa. Após isso, enche-se com água destilada, até o menisco, leva-se até a balança, medindo-se a massa resultante. Anota-se a temperatura da água e calcula-se o volume do balão através da multiplicação da massa de água obtida pelo fator de conversão tabelado correspondente à temperatura de trabalho. A aferição destes materiais deve ser feita pelo menos duas vezes. Caso não haja concordância dentro de 0,1 g, repetir.
B) Aferição de pipeta
 A pipeta previamente limpa é cheia com água destilada, após acerto do menisco, verte-se a quantidade de água da mesma em Erlenmeyer de 125 mL previamente limpo e pesado em balança analítica (a pesagem do Erlenmeyer deve ser efetuada com um pequeno vidro de relógio tapando-o). O escoamento da pipeta no Erlenmeyer deve ser efetuado estando a ponta da pipeta encostada na parede do recipiente (tempo de escoamento mínimo: 30 segundos). Após o escoamento, afasta-se a extremidade da pipeta da parede do recipiente com cuidado. A quantidade de líquido restante na ponta da mesma não deve ser soprada para o interior do recipiente. A seguir, mede-se a massa do conjunto Erlenmeyer + água cobrindo-o com o mesmo vidro de relógio usado na pesagem do Erlenmeyer vazio. Repete-se a aferição descrita. A seguir, calcula-se o volume da pipeta. A diferença entre as duas determinações não deve exceder 0,025 mL. Caso não haja concordância entre duas aferições, repetir.
C) Aferição da bureta
 Feita a limpeza, enche-se a bureta até um pouco acima do traço correspondente ao zero. Verifica-se a ausência de bolhas de ar na região da válvula. As bolhas deverão ser eliminadas mediante escoamento de líquido. A seguir, acerta-se o zero. Deixa-se escoar, lentamente, a água da bureta num Erlenmeyer de 125 mL previamente pesado em balança (coberto com vidro de relógio). Ao alcançar exatamente a marca dos 10,0 mL, fecha-se a válvula e determina-se a massa de água. Em seguida, escoa-se a bureta até a marca dos 20,0 mL no mesmo Erlenmeyer. O mesmo procedimento é repetido até 30 e até 40 mL. A aferição deve ser repetida para comparação dos volumes relativos a cada intervalo. Caso não haja concordância dentro de 0,02 mL entre duas aferições do mesmo intervalo, repetir.

Fonte: Apostila de Aulas Práticas - Química Analítica.

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